Jornalismo dos cidadãos
"É o caso da utopia do "jornalismo dos cidadãos", dentro da crise mais geral da comunicação social de referência, cuja leitura é substituída por uma "cultura de blogues", dispersa, opinativa, pouco rigorosa, extremista e de "causas", mas que cada vez mais funciona como fonte noticiosa e como pedagogia do debate público.
(...)
Não sei até que ponto se encontrará um qualquer equilíbrio que trave o lixo demagógico que hoje enche tudo impante da sua voz tecnológica e salve a "nossa cultura", mas não posso, em nome dessa mesma "cultura", deixar de valorizar o acesso de milhões à porta de um mundo que habita o "espírito", mesmo que assustado com tanta confusão." José Pacheco Pereira
Estas linhas foram retiradas do Público de hoje. São interessantes porque a partir delas ficamos a saber que, para JPP: a única virtude destes espaços reside no seu livre acesso; a blogosfera é dispersa, opinativa, pouco rigorosa, extremista e de "causas", ao invés da comunicação social de referência.
Presumo que os erros da comunicação social de referência sejam a excepção que confirma a regra, assim como a assertividade na blogosfera.
Neste artigo de opinião, fica a ideia de que JPP quer guardar para as elites todo o espaço opinativo. Talvez se tenha esquecido que a principal virtude destes espaços é a livre discussão. E numa discussão a verdade impõe-se, ao contrário dos monólogos da comunicação social, onde a verdade é imposta.
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