quarta-feira, 1 de agosto de 2007

Anarco-capitalismo





















"se um dia tivesse de facto armas adequadas, não teria qualquer problema moral em entrar no banco de portugal com os meus recibos de descontos e resgatar imediatamente aquilo que é moralmente meu. E, claro faria o Vitor Constâncio assinar uma declaração semelhante àquela que sou obrigado a preencher todos os anos (...) Estou a defender a fuga generalizada aos impostos de modo a fazer colapsar o sistema actual" Filipe Melo Sousa

A citação não dispensa a leitura integral da discussão que se gerou à volta do post "Ser aldrabão compensa".
Da discussão extrai-se uma conclusão: o Estado é tão necessário como pode ser agressor. Parece que se resume à eficiência na aplicação do "valor espoliado".

E depois de alcançada a eficiência desejável, como reduzir o peso do Estado?

Aqui surge a discórdia. Há os leninistas do liberalismo que vêem o Estado como um bicho-papão. Sempre que há um aumento da receita fiscal, o Estado aproveita, não para baixar os impostos, mas para pôr a prima do ministro a abrir buracos e o toni do partido a fechar os buracos que a prima do ministro abriu. E portanto, como o Estado não pode resolver os problemas dos quais ele é a causa, a solução é a "luta de classes" (versão liberal) entre o Estado e o contribuinte, onde o último usa as armas que tem para obrigar o primeiro a ser mais eficiente, já que sozinho ele não o é.
Depois temos os kautskianos do liberalismo, que preferem ir pelo passeio. Mas não se livram das contradições inerentes a um partido que usa instrumentos colectivos (criados com riqueza espoliada) para defender o fim da espoliação que possibilita a existência desses mesmos instrumentos. Querem defender os direitos da ovelha, caucionando um sistema que permite aos dois lobos, legislar sobre a vida da ovelha.

4 comentários:

Igor Caldeira disse...

Não sei se haverá contradição. De facto, se o Estado deixar margem suficiente aos indivíduos para criarem riqueza, e simultaneamente retirar os montantes que paguem o preço da vida em sociedade (e que implica também o conttrolo da pobreza), temos um negócio vantajoso para todos.

Isto, numa visão materialista da coisa, embora eu não seja propriamente um materialista - nem marxista, nem anarco-capitalista.

Rouxinol disse...

"De facto, se o Estado deixar margem suficiente aos indivíduos para criarem riqueza, e simultaneamente retirar os montantes que paguem o preço da vida em sociedade (e que implica também o conttrolo da pobreza), temos um negócio vantajoso para todos."

Eu também concordo com esta ideia. A minha dúvida é se ela se coaduna com a linha liberal. Fica a questão: Qual a diferença entre um social-democrata e um liberal-social?

Cumprimentos

Igor Caldeira disse...

Nem sempre é clara, isso é claro.
Os resultados dos meus testes no European Political Ideologies (http://o-reino-dos-fins.blogspot.com/2007/05/european-political-ideologies.html) denunciam essa proximidade, que é reconhecida por todos. A questão estará talvez numa maior centralidade da questão da liberdade para o liberalismo social. De facto, a social-democracia enquanto corrente socialista, centra o essencial da sua acção sobre a economia; pode-se ser social-democrata e moralmente conservador. Mais difícil (para não dizer impossível) é um liberal social ter essa postura, dado que sendo a liberdade o seu único valor norteador, a sua tarefa será fazer as opções que conduzam ao máximo aumento possível das liberdades.
Pessoalmente, chamo-lhe uma esécie de utilitarismo do espírito (por oposição aos materialismos marxista e "libertarian").
Mesmo na economia, no entanto, as diferenças podem surgir. Ao passo que na social-democracia a economia de mercado é uma concessão à realidade, no liberalismo social a economia de mercado é uma parte do ideal - que por acaso ou não, até funciona.

De resto, no post que eu referi estão essas diferenças com textos copiados do European Political Ideologies:

Liberal Social
Like all liberals, you believe in individual freedom as a central objective - but you believe that lack of economic opportunity, education, healthcare etc. can be just as damaging to liberty as can an oppressive state. As a result, social liberals are generally the most outspoken defenders of human rights and civil liberties, and combine this with support for a mixed economy, with an enabling state providing public services to ensure that people's social rights as well as their civil liberties are upheld.

Social-Democrata
Like other socialists, you believe in a more economically equal society - but you have jettisoned any belief in the idea of the planned economy. You believe in a mixed economy, where the state provides certain key services and where the productivity of the market is harnessed for the good of society as a whole. Many social democrats are hard to distinguish from social liberals, and they share a tolerant social outlook.

Cumprimentos

Poker Website Reviews disse...

It is not pleasant to me.