domingo, 3 de junho de 2007

Quando o nacionalismo pútrido alasta ao Direito...


"Inga Krastina, recusando comentar, a nível pessoal, o incidente registado em Riga, adiantou, porém, que o Código Penal letão prevê uma pena máxima de prisão para casos de profanação de símbolos nacionais, mas manifestou-se convicta de que o caso poderá ser resolvido rapidamente."


Quando o nacionalismo pútrido alastra ao direito, a profanação de símbolos nacionais deixa de ser um mero acto de vandalismo. Transforma-se no sumo desrespeito por um povo e pela sua identidade nacional. Transforma-se a bandeira e o hino nacional na súmula da expressão cultural de um povo, e sacraliza-se o supérfluo. O Direito torna-se na arma dos zelosos guardiães dos símbolos culturais sagrados, que escolhem aplicar uma pena máxima de prisão num caso que, noutros contornos, seria considerado um delito menor.

O crime, neste caso, crime de ignorância, consiste em reduzir a diversidade cultural e identidade colectiva de um povo a um conjunto de símbolos representativos, que dificilmente comportam alguma semelhança com a realidade. Não devemos confundir um pedaço de pano com o que um povo e a sua identidade cultural realmente são, tal como não podemos confundir um mapa com o território que este representa.

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